sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Fundação do Círculo Orquidófilo de Capivari


   Revolvendo papeis ou os arquivos do Circulo Orquidófilo de Capivari encontrei um esboço do desenvolvimento ou tragetória da sua fundação, podendo até classificar-mos como curiosidade pertencente a esta associação, escrita pelo protagonista desta história.
   Transcrevo na sua integra como a original. 

FCS


HISTÓRICO DO CÍRCULO ORQUIDÓFILO DE CAPIVARI



WALMOR VAL

FILIAÇÃO À C.A.O.B.

Foi no dia três de março de l972 que o Circulo Orquidofilo de Capivari foi oficialmente filiado à Coordenadoria das Associações Orquidófilas, tendo sido nesta data que o Sr. Alfredo Francisco Martinelli, então presidente da CAOB nos deu o “diploma” de sociedade membro da Coordenadoria. Foi uma noite empolgante. A Câmara Municipal de Capivari nos cedeu seus salões e nos ofereceu um apreciado coquetel. Era o seu Presidente o sr.Antonio Mattar. À época o Prefeito era o Dr.Julio Forti Netto. Neste evento, contamos com a presença de quase todos os vereadores e do sr. José Norberto dos Santos que representava o sr. Secretário de Estado para os Negócios de Turismo, o Tenente Ary Jaguaribe dos Anjos, delegado do Serviço militar, o sr. Francisco de Aguirre Proença, diretor proprietário do jornal Correio de Capivari, sr. José Amaral Duarte, diretor da Radio Cacique de Capivari.

A Sessão foi aberta pelo Dr. Walmor Val, primeiro presidente do C.O.C. e, ato contínuo, passou a Presidência ao Martinelli. As considerações foram enaltecidas com as palavras proferidas pelo sr. Antonio Mattar e fechando oficialmente o evento com palavras de grande estima pelo sr. prefeito Dr. Julio Forti Netto.

HISTÓRICO

Tudo começou quando perguntei ao Miguel Crócomo, posteriormente “batizado” como “Sr. Goiaba”, como se fazia para tirar muda de uma planta. Nós estávamos nos encontrando com freqüência para troca de mudas de gloxínea e cactáceas e por mais que eu tentasse, não conseguia reproduzir mudas de uma bonita flor, a qual eu tinha sido presenteado pelo sr. Angelin Pazzianotto, “plantada” num galho de árvore. Já fazia três meses que as flores haviam caído e eu não percebia qualquer mudança no seu comportamento vegetativo. Tentava cortar “galhos” para ver brotar raízes na água, mas nada acontecia. Foi quando o amigo Miguel foi à minha casa e diagnosticou: “é uma orquídea.”

Ensinou-me alguma coisa e presenteou-me com um belo exemplar de um híbrido (Remy Cholette X Ponte Carral), pétalas e sépalas levemente rosadas e labelo magenta.

Comecei, a partir daí, a procurar mudas em todas as casas que eu visitava, mesmo sendo visita para consulta médica. Raramente não saí com uma “mudinha” (de orquídea é claro). E lá ia colocando-as em uma área de luz que tinha em casa; no chão e com cobertura de telha plástica. Um desastre!

Logo começaram a aparecer manchas nas folhas. Procurei o agrônomo da Casa da Agricultura, Dr. Octavio da Costa e, sem ver, ele diagnosticou: é fungo. Mandei braza com Ditane. Não melhorou.

Conversando com o professor Dirceu Stein, falou-me que tinha um aluno que gostava de orquídeas e cujo pai era sócio de um mestre em orquídeas .

No dia seguinte apareceu-me no ambulatório do hospital um jovem apresentando-se como aluno do Prof. Dirceu. –Sou o Marco Schincariol e o Prof. Dirceu falou-me do seu interesse em aprender sobre orquídeas. Não sei muita coisa, mas o Anísio Fares, amigo de meu pai é “cobra”.

Mesmo assim levei o Marco lá em casa e quando ele viu tudo, foi taxativo: - tudo cattleya...e queimadas pelo sol.

Marcamos uma visita ao Anísio, lá no engenho de pinga em Elias Fausto, onde ele tinha seu orquidário. Fomos à noite, nós e o Marcão. Na sala do Anísio deveria ter pelo menos uns vinte vasos em flor. Ficamos perplexos. Muito cordial e bem falante, o Anísio não parou de falar sobre orquídeas, pelo menos por duas horas, desde tipos, espécies, historias de colheita de planta no mato, cultivos, exposições e tantas outras coisas. Ofereceu-nos aperitivos que os tomamos sem perceber o quanto, enlevados pelo entusiasmo e fidalguia do nosso anfitrião.

Na hora de sairmos, falei: – quero comprar vinte mudas -. Ele respondeu: - não vendo e não dou até que vocês construam seus ripados-. Mais um “dedo” de meia hora de prosa e concluímos da necessidade de se fundar uma agremiação de admiradores de orquídeas. Estava definitivamente lançada a semente, que no mês seguinte já frutificava com a primeira exposição.

O Anísio nos orientou quanto aos passos para organizar a sociedade e, como conhecia todos os orquidófilos da época, via a possibilidade de realizarmos uma mostra. Para realizarmos uma exposição com apoio da CAOB, teríamos que ,antes, nos regularizarmos junto a ela. Por telefone, marcou-se uma viagem a Rio Claro, para conversarmos com o Gilberto Doria do Vale (Fradinho) que era, então o secretário da C.A.O.B.

Numa terça-feira, à tarde, no fusquinha 66 (6 volts), fomos os quatro (Walmor, Miguel, Anísio e Marcão), chegando à casa do Gilberto já no inicio da noite. Aguardamos um pouco e ele chegou.. Então eu falei: -podemos então marcar a nossa exposição para o fim do mês? Ele retrucou: calma seu moço; não é assim tão fácil! E deu-nos as coordenadas.- Vocês têm que ter a sociedade criada, registrada, organizada e filiada. Leva um tempo- .

Pedimos a ele que nos fornecesse um modelo de estatuto.

Voltamos sob chuva torrencial, sendo auxiliados pela mãe natureza que com seus relâmpagos iluminava a estrada para nós, pois os 6 volts não clareavam nada.

No dia seguinte, quarta feira, era dia de reunião do nosso Rotary

Clube.

Convoquei alguns companheiros para ajudarem a fundar o Círculo e marquei uma reunião para o dia seguinte, às 20 horas, no restaurante do Ary do Prado que funcionava no antigo salão do “Pedrinho Motta” localizado na praça Treze de Maio. O prefeito e companheiro do Rotary, Julio Forti Netto ficou encarregado de ver se conseguia alguns troféus na Secretaria de Turismo, em São Paulo.

A FUNDAÇÃO

Chegada à data combinada (3 de março de l972) fui ansioso, chegando vinte minutos antes. Chovia a cântaros. Não havia chegado ninguém. Entrei, arrumei uma mesa e fiquei triste. Porque não veio ninguém? Onde falhei? Vamos esperar, pois está chovendo muito,pensei. A chuva não parava. Já era quase vinte horas. Ouvi o barulho de um carro, depois outro e outro . Às vinte horas todos estavam presentes. Começamos a reunião, apresentei os motivos, aprovamos os estatutos e organizamos o Conselho depois a Diretoria.

Indicaram-me para ser o primeiro presidente. (Walmor Val)

Aproximadamente às 22:00 horas, chegou o Dr. Júlio (prefeito) com um saco de medalhas e determinou: podem marcar a exposição.

Estavam presentes: Walmor Val, Miguel Crócomo, Marco Antonio Schincariol, Arlindo Dias Pacheco Netto, Orlando Grella, Benedito Cruzatto, Padre Teodulo Tabak, Antonio Sacchs, Dirceu Ortolani Stein, Giovanni Gardin, Arthur Balla Motta, Kozo Yassuda , Antonio Conselvan,Antonio Annicchino Jr.

No começo da semana, levamos ao Cartório do Registro Civil, cópia da ata e Estatutos afim de registra-los.

Estando tudo pronto, voltamos ao Gilberto lá em Rio Claro e com espanto do mesmo, quase que incrédulo, apresentamos os documentos da fundação do nosso Circulo, pedindo para marcar a nossa primeira exposição quando, então seria homologado nosso ingresso à CAOB.

Para a primeira exposição, como ainda não tínhamos nenhuma experiência, contamos com os contactos do Anísio, nosso Diretor Técnico, com seus amigos e com suas orientações.

Foram convidadas dez entidades ligadas à CAOB. Compareceram: Jundiaí, Sorocaba, Rio Claro, Salto, Santo André, São Carlos, Americana, São Bernardo e Circulo Paulista de Orquidófilos, além do sr. José Dias de Castro, da cidade de Valinhos.

A Exposição foi instalada nos salões gentilmente cedidos pelos amigos do Lyons Club, com magníficas plantas e em número tão expressivo, que levou o Martinelli a exclamar: - como vocês conseguiram?

A repercussão foi a melhor possível, sendo objeto de inúmeras manifestações pela imprensa local.

Desde então o Círculo Orquidófilo de Capivari vem participando de quase todas as exposições, tendo nos primeiros anos de sua fundação, o concurso do Anísio, que transportava as nossas plantas e a partir de mil novecentos e setenta e cinco, o Miguel (Goiaba) passou a fazer este trabalho, interrompendo-o em dois mil e um, em vista do problema de saúde de D. Nair.

A partir de mil novecentos e setenta e seis, o COC passou a fazer parte do Conselho Deliberativo da CAOB, representado condignamente pelo companheiro Miguel. até 2 anos atrás.

EFEMERIDE DE PRESIDENTES DO COC.
    1. WALMOR VAL
    2. WALMOR VAL
    3. ARTHUR BALLA MOTTA
    4. 1975-1976 PADRE TEODULO TABAK
    5. 1976-1977 GIOVANNI GARDIN
    6. GIOVANNI GARDIN
    7. DIRCEU ORTOLANI STEIN
    8. DIRCEU ORTOLANI STEIN
    9.  DIRCEU ORTOLANI STEIN
    10. WALMOR VAL
    11. WALMOR VAL
    12. WALMOR VAL
    13. WALMOR VAL
    14. WALMOR VAL
    15. WALMOR VAL
    16. WALMOR VAL
    17. WALMOR VAL
    18. DIRCEU ORTOLANI STEIN
    19. DIRCEU ORTOLANI STEIN
    20. FERNANDO CÉSAR SCHINCARIOL
    21. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
    22. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
    23. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
    24. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
    25. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
    26. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
    27. LUIS CARLOS STÊNICO
    28. VANDERLEI ORLANDIN
    29. FRANCISCO RODRIGUES DE CAMARGO
    30. FERNANDO CESAR SCHINCARIOL.
    31. ERASMO MAGUALHAES C. TOLOSA
Desde sua fundação, o COC deixou de realizar exposições por 6 anos, não consecutivos



Capivari(SP) 29 de abril de 2003 WALMOR VAL

(Anexo - sócios falecidos:
Antonio Sacchs
Geraldo Drigo
Alice Augusto Rego
José Augusto Rego – (Zé Catassetum)
Antonio Conselvan
Dirceu Ortolani Stêin
Pe Teodulo Tabak
Arthur Balla Motta)


Cópia de um rascunho segundo Dirceu O Stêin, intitulado:



Bodas de Prata

Círculo Orquidófilo de Capivari = 25 anos

Fundação: 3/2/1972

Presidiu a reunião da fundação (deveria ter sido assembléia?) o Dr Walmor Val. Fizeram explanações sobre a orquidofilia Anísio Fares e Antonio Sacchs.

PRIMEIRO CONSELHO DELIBERATIVO: Benedito Cruzatto, Miguel Crócomo, Marco Antonio Schincariol, Antonio Conselvan e Antonio Sacchs. Suplentes: Kozo Yassuda, Antonio Annichino Jr e Anísio Fares. Primeiro presidente do Conselho Deliberativo: Miguel Crócomo; primeiro secretário do C. D.: Marco Antonio Schincariol.

PRIMEIRA DIRETORIA: Presidente – Dr. Walmor Val ; vice – Giovanni Gardin; 1º secretário – Dirceu Ortolani Stêin; 2º secretário – Arlindo Dias Pacheco Neto;1º tesoureiro – Dr. Orlando Grella; 2º tesoureiro – Dr. Arthur Balla Motta.

PRIMEIROS DIRETORES DE DEPARTAMENTOS: diretor técnico – Anísio Fares; diretor de divulgação – Kozo Yassuda; diretor social – Dr. Antonio Annichino Jr.

ASSINATURAS NA ATA DA FUNDAÇAO: além dos 14 acima, assinaram o Pe Teodulo Tabak e Dr. José Galvão de Campos.

ACERTO PARA A PRIMEIRA EXPOSIÇAO: na reunião de 3/2/72, marcando-se ela para o período de 3 a 5 de março daquele ano.

FILIAÇAO DO COC À CAOB: reunião, em sessão solene, na sala de sessões da Câmara de Vereadores (prédio do Museu Cesário Motta), dia 3/3/72. presidiu a abertura da reunião o Dr Walmor Val que passou a presidência ao Dr Alfredo Francisco Martinelli, presidente da CAOB.

COMPUSERAM A MESA DOS TRABALHOS DE FILIAÇAO: Dr Walmor Val, Dr ª F. Martinelli, Gilberto Dória do Valle (secretário da CAOB), convidados especiais: Dr Jose Norberto dos Santos (representante do Secretario de Estado dos Negócios do Turismo), Dr Júlio Forti Neto (Prefeito Municipal), Antonio Mattar (Presidente da Câmara de Vereadores), tenente Ary Jaguaribe dos Anjos (Delegado do Serviço Militar), Francisco Aguirre de Proença (diretor-propietario do “Correio de Capivari”), José Amaral Duarte (diretor da Rádio Cacique de Capivari) que transmitiu o desenrolar da reunião, ao vivo, e Anísio Fares.

USARAM DA PALAVRA NA REUNIAO DA FILIAÇAO: Dr Walmor Val, Dr Alfredo F. Martinelli, Anísio Fares, Dr Júlio Forti Neto e Antonio Mattar.

PRIMEIRA EXPOSIÇAO: 3/3/72 (salão do Lions Club).

PRIMEIRA PARTICIPAÇAO EM EXPOSIÇAO FORA DE CAPIVARI: 10ª Exposição de Ribeirão Preto, onde o COC conseguiu o 6º lugar (assunto tratado na reunião de 19/6/72).

OUTROS SÓCIOS, ALEM DOS QUE COMPUSERAM A 1ª DIRETORIA E O 1º CONSELHO DELIBERATIVO: Tarcísio de Campos, Romário Lopes de Lima, Dr José Galvão de Campos, Pe Teodulo Tabak, Fernando César Schincariol, Domingos Rodrigues de Jesus, Aparecido Alves, Dr Rui Bueno de Oliveira, Fernando Antonio Rossi, Marcos Antonio Pagotto, Jorge Luis Rodrigues de Oliveira, Saul Augusto, José Eduardo Annichino (o filho), Norberto Raimundo de Góes Jr, Luis Carlos Stênico, Geraldo Drigo, Francisco Rodrigues de Camargo, Alice Augusto Rego e José Rego.




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