Revolvendo papeis ou os arquivos do Circulo Orquidófilo de Capivari encontrei um esboço do desenvolvimento ou tragetória da sua fundação, podendo até classificar-mos como curiosidade pertencente a esta associação, escrita pelo protagonista desta história.
Transcrevo na sua integra como a original.
FCS
HISTÓRICO DO CÍRCULO ORQUIDÓFILO DE CAPIVARI
WALMOR VAL
FILIAÇÃO À C.A.O.B.
Foi no dia três de março de l972
que o Circulo Orquidofilo de Capivari foi oficialmente filiado à
Coordenadoria das Associações Orquidófilas, tendo sido nesta data
que o Sr. Alfredo Francisco Martinelli, então presidente da CAOB
nos deu o “diploma” de sociedade membro da Coordenadoria. Foi
uma noite empolgante. A Câmara Municipal de Capivari nos cedeu seus
salões e nos ofereceu um apreciado coquetel. Era o seu Presidente o
sr.Antonio Mattar. À época o Prefeito era o Dr.Julio Forti Netto.
Neste evento, contamos com a presença de quase todos os vereadores e
do sr. José Norberto dos Santos que representava o sr. Secretário
de Estado para os Negócios de Turismo, o Tenente Ary Jaguaribe dos
Anjos, delegado do Serviço militar, o sr. Francisco de Aguirre
Proença, diretor proprietário do jornal Correio de Capivari, sr.
José Amaral Duarte, diretor da Radio Cacique de Capivari.
A Sessão foi aberta pelo Dr. Walmor
Val, primeiro presidente do C.O.C. e, ato contínuo, passou a
Presidência ao Martinelli. As considerações foram enaltecidas com
as palavras proferidas pelo sr. Antonio Mattar e fechando
oficialmente o evento com palavras de grande estima pelo sr. prefeito
Dr. Julio Forti Netto.
HISTÓRICO
Tudo
começou quando perguntei ao Miguel Crócomo, posteriormente
“batizado” como “Sr. Goiaba”, como se fazia para tirar muda
de uma planta. Nós estávamos nos encontrando com freqüência para
troca de mudas de gloxínea e cactáceas e por mais que eu tentasse,
não conseguia reproduzir mudas de uma bonita flor, a qual eu
tinha sido presenteado pelo sr. Angelin Pazzianotto, “plantada”
num galho de árvore. Já fazia três meses que as flores haviam
caído e eu não percebia qualquer mudança no seu comportamento
vegetativo. Tentava cortar “galhos” para ver brotar raízes na
água, mas nada acontecia. Foi quando o amigo Miguel foi à minha
casa e diagnosticou: “é uma orquídea.”
Ensinou-me alguma coisa e
presenteou-me com um belo exemplar de um híbrido (Remy Cholette X
Ponte Carral), pétalas e sépalas levemente rosadas e labelo
magenta.
Comecei, a partir daí, a procurar
mudas em todas as casas que eu visitava, mesmo sendo visita para
consulta médica. Raramente não saí com uma “mudinha” (de
orquídea é claro). E lá ia colocando-as em uma área de luz que
tinha em casa; no chão e com cobertura de telha plástica. Um
desastre!
Logo começaram a aparecer manchas
nas folhas. Procurei o agrônomo da Casa da Agricultura, Dr. Octavio
da Costa e, sem ver, ele diagnosticou: é fungo. Mandei braza com
Ditane. Não melhorou.
Conversando com o professor Dirceu
Stein, falou-me que tinha um aluno que gostava de orquídeas e cujo
pai era sócio de um mestre em orquídeas .
No dia seguinte apareceu-me no
ambulatório do hospital um jovem apresentando-se como aluno do Prof.
Dirceu. –Sou o Marco Schincariol e o Prof. Dirceu falou-me do seu
interesse em aprender sobre orquídeas. Não sei muita coisa, mas o
Anísio Fares, amigo de meu pai é “cobra”.
Mesmo assim levei o Marco lá em
casa e quando ele viu tudo, foi taxativo: -
tudo cattleya...e queimadas pelo sol.
Marcamos uma visita ao Anísio, lá
no engenho de pinga em Elias Fausto, onde ele tinha seu orquidário.
Fomos à noite, nós e o Marcão. Na sala do Anísio deveria ter pelo
menos uns vinte vasos em flor. Ficamos perplexos. Muito cordial e
bem falante, o Anísio não parou de falar sobre orquídeas, pelo
menos por duas horas, desde tipos, espécies, historias de colheita
de planta no mato, cultivos, exposições e tantas outras coisas.
Ofereceu-nos aperitivos que os tomamos sem perceber o quanto,
enlevados pelo entusiasmo e fidalguia do nosso anfitrião.
Na hora de sairmos, falei: – quero
comprar vinte mudas -. Ele respondeu: - não vendo e não dou até
que vocês construam seus ripados-. Mais um “dedo” de meia hora
de prosa e concluímos da necessidade de se fundar
uma agremiação de admiradores de orquídeas.
Estava definitivamente lançada a semente, que no mês seguinte já
frutificava com a primeira exposição.
O Anísio nos orientou quanto aos
passos para organizar a sociedade e, como conhecia todos os
orquidófilos da época, via a possibilidade de realizarmos uma
mostra.
Para realizarmos uma exposição com apoio da CAOB, teríamos que
,antes, nos regularizarmos junto a ela. Por telefone, marcou-se uma
viagem a Rio Claro, para conversarmos com o Gilberto Doria do Vale
(Fradinho) que era, então o secretário da C.A.O.B.
Numa terça-feira, à tarde, no
fusquinha 66 (6 volts), fomos os quatro (Walmor, Miguel, Anísio e
Marcão), chegando à casa do Gilberto já no inicio da noite.
Aguardamos um pouco e ele chegou.. Então eu falei: -podemos então
marcar a nossa exposição para o fim do mês? Ele retrucou: calma
seu moço; não é assim tão fácil! E deu-nos as coordenadas.-
Vocês têm que ter a sociedade criada, registrada, organizada e
filiada. Leva um tempo- .
Pedimos a ele que nos fornecesse um
modelo de estatuto.
Voltamos sob chuva torrencial, sendo
auxiliados pela mãe natureza que com seus relâmpagos iluminava a
estrada para nós, pois os 6 volts não clareavam nada.
No dia seguinte, quarta feira, era
dia de reunião do nosso Rotary
Clube.
Convoquei alguns companheiros para
ajudarem a fundar o Círculo e marquei uma reunião para o dia
seguinte, às 20 horas, no restaurante do Ary do Prado que funcionava
no antigo salão do “Pedrinho Motta” localizado na praça Treze
de Maio. O prefeito e companheiro do Rotary, Julio Forti Netto ficou
encarregado de ver se conseguia alguns troféus na Secretaria de
Turismo, em São Paulo.
A FUNDAÇÃO
Chegada à data combinada (3 de março
de l972) fui ansioso, chegando vinte minutos antes. Chovia a
cântaros. Não havia chegado ninguém. Entrei, arrumei uma mesa e
fiquei triste. Porque não veio ninguém? Onde falhei? Vamos esperar,
pois está chovendo muito,pensei. A chuva não parava. Já era quase
vinte horas. Ouvi o barulho de um carro, depois outro e outro . Às
vinte horas todos estavam presentes.
Começamos a reunião, apresentei os motivos, aprovamos os estatutos
e organizamos o Conselho depois a Diretoria.
Indicaram-me para ser o primeiro
presidente. (Walmor Val)
Aproximadamente às 22:00 horas,
chegou o Dr. Júlio (prefeito) com um saco de medalhas e determinou:
podem marcar a exposição.
Estavam presentes: Walmor Val, Miguel
Crócomo, Marco Antonio Schincariol, Arlindo Dias Pacheco Netto,
Orlando Grella, Benedito Cruzatto, Padre Teodulo Tabak, Antonio
Sacchs, Dirceu Ortolani Stein, Giovanni Gardin, Arthur Balla Motta,
Kozo Yassuda , Antonio Conselvan,Antonio Annicchino Jr.
No começo da semana, levamos ao
Cartório do Registro Civil, cópia da ata e Estatutos afim de
registra-los.
Estando tudo pronto, voltamos ao
Gilberto lá em Rio Claro e com espanto do mesmo, quase que
incrédulo, apresentamos os documentos da fundação do nosso
Circulo, pedindo para marcar a nossa primeira exposição quando,
então seria homologado nosso ingresso à CAOB.
Para a primeira exposição, como
ainda não tínhamos nenhuma experiência, contamos com os contactos
do Anísio, nosso Diretor Técnico, com seus amigos e com suas
orientações.
Foram convidadas dez entidades
ligadas à CAOB. Compareceram: Jundiaí, Sorocaba, Rio Claro, Salto,
Santo André, São Carlos, Americana, São Bernardo e Circulo
Paulista de Orquidófilos, além do sr. José Dias de Castro, da
cidade de Valinhos.
A Exposição foi instalada nos
salões gentilmente cedidos pelos amigos do Lyons Club, com
magníficas plantas e em número tão expressivo, que levou o
Martinelli a exclamar: - como vocês
conseguiram?
A repercussão foi a melhor possível,
sendo objeto de inúmeras manifestações pela imprensa local.
Desde então o Círculo Orquidófilo
de Capivari vem participando de quase todas as exposições, tendo
nos primeiros anos de sua fundação, o concurso do Anísio, que
transportava as nossas plantas e a partir de mil novecentos e
setenta e cinco, o Miguel (Goiaba) passou a fazer este trabalho,
interrompendo-o em dois mil e um, em vista do problema de saúde de
D. Nair.
A partir de mil novecentos e setenta
e seis, o COC passou a fazer parte do Conselho Deliberativo da CAOB,
representado condignamente pelo companheiro Miguel. até 2 anos
atrás.
EFEMERIDE DE PRESIDENTES DO COC.
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- ARTHUR BALLA MOTTA
- 1975-1976 PADRE TEODULO TABAK
- 1976-1977 GIOVANNI GARDIN
- GIOVANNI GARDIN
- DIRCEU ORTOLANI STEIN
- DIRCEU ORTOLANI STEIN
- DIRCEU ORTOLANI STEIN
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- WALMOR VAL
- DIRCEU ORTOLANI STEIN
- DIRCEU ORTOLANI STEIN
- FERNANDO CÉSAR SCHINCARIOL
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL
- LUIS CARLOS STÊNICO
- VANDERLEI ORLANDIN
- FRANCISCO RODRIGUES DE CAMARGO
- FERNANDO CESAR SCHINCARIOL.
- ERASMO MAGUALHAES C. TOLOSA
Desde sua fundação, o COC deixou de
realizar exposições por 6 anos, não consecutivos
Capivari(SP) 29 de abril de 2003
WALMOR VAL
(Anexo - sócios
falecidos:
Antonio Sacchs
Geraldo Drigo
Alice Augusto Rego
José Augusto Rego –
(Zé Catassetum)
Antonio
Conselvan
Dirceu
Ortolani Stêin
Pe Teodulo
Tabak
Arthur
Balla Motta)
Cópia de um rascunho
segundo Dirceu O Stêin, intitulado:
Bodas de Prata
Círculo Orquidófilo de Capivari =
25 anos
Fundação: 3/2/1972
Presidiu a reunião da fundação
(deveria ter sido assembléia?) o Dr Walmor Val. Fizeram explanações
sobre a orquidofilia Anísio Fares e Antonio Sacchs.
PRIMEIRO CONSELHO DELIBERATIVO:
Benedito Cruzatto, Miguel Crócomo, Marco Antonio Schincariol,
Antonio Conselvan e Antonio Sacchs. Suplentes: Kozo Yassuda, Antonio
Annichino Jr e Anísio Fares. Primeiro presidente do Conselho
Deliberativo: Miguel Crócomo; primeiro secretário do C. D.: Marco
Antonio Schincariol.
PRIMEIRA DIRETORIA: Presidente –
Dr. Walmor Val ; vice – Giovanni Gardin; 1º secretário – Dirceu
Ortolani Stêin; 2º secretário – Arlindo Dias Pacheco Neto;1º
tesoureiro – Dr. Orlando Grella; 2º tesoureiro – Dr. Arthur
Balla Motta.
PRIMEIROS DIRETORES DE DEPARTAMENTOS:
diretor técnico – Anísio Fares; diretor de divulgação – Kozo
Yassuda; diretor social – Dr. Antonio Annichino Jr.
ASSINATURAS NA ATA DA FUNDAÇAO: além
dos 14 acima, assinaram o Pe Teodulo Tabak e Dr. José Galvão de
Campos.
ACERTO PARA A PRIMEIRA EXPOSIÇAO: na
reunião de 3/2/72, marcando-se ela para o período de 3 a 5 de março
daquele ano.
FILIAÇAO DO COC À CAOB: reunião,
em sessão solene, na sala de sessões da Câmara de Vereadores
(prédio do Museu Cesário Motta), dia 3/3/72. presidiu a abertura da
reunião o Dr Walmor Val que passou a presidência ao Dr Alfredo
Francisco Martinelli, presidente da CAOB.
COMPUSERAM A MESA DOS TRABALHOS DE
FILIAÇAO: Dr Walmor Val, Dr ª F. Martinelli, Gilberto Dória do
Valle (secretário da CAOB), convidados especiais: Dr Jose Norberto
dos Santos (representante do Secretario de Estado dos Negócios do
Turismo), Dr Júlio Forti Neto (Prefeito Municipal), Antonio Mattar
(Presidente da Câmara de Vereadores), tenente Ary Jaguaribe dos
Anjos (Delegado do Serviço Militar), Francisco Aguirre de Proença
(diretor-propietario do “Correio de Capivari”), José Amaral
Duarte (diretor da Rádio Cacique de Capivari) que transmitiu o
desenrolar da reunião, ao vivo, e Anísio Fares.
USARAM DA PALAVRA NA REUNIAO DA
FILIAÇAO: Dr Walmor Val, Dr Alfredo F. Martinelli, Anísio Fares, Dr
Júlio Forti Neto e Antonio Mattar.
PRIMEIRA EXPOSIÇAO: 3/3/72 (salão
do Lions Club).
PRIMEIRA PARTICIPAÇAO EM EXPOSIÇAO
FORA DE CAPIVARI: 10ª Exposição de Ribeirão Preto, onde o COC
conseguiu o 6º lugar (assunto tratado na reunião de 19/6/72).
OUTROS SÓCIOS, ALEM DOS QUE
COMPUSERAM A 1ª DIRETORIA E O 1º CONSELHO DELIBERATIVO: Tarcísio
de Campos, Romário Lopes de Lima, Dr José Galvão de Campos, Pe
Teodulo Tabak, Fernando César Schincariol, Domingos Rodrigues de
Jesus, Aparecido Alves, Dr Rui Bueno de Oliveira, Fernando Antonio
Rossi, Marcos Antonio Pagotto, Jorge Luis Rodrigues de Oliveira, Saul
Augusto, José Eduardo Annichino (o filho), Norberto Raimundo de
Góes Jr, Luis Carlos Stênico, Geraldo Drigo, Francisco Rodrigues de
Camargo, Alice Augusto Rego e José Rego.
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